Álcool e Antibióticos |
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Há uma crença arraigada em nosso meio de que o efeito do antibiótico é reduzido se for associado à ingestão de bebida alcoólica. Conforme podemos notar no quadro abaixo, no Item 4, poucos são os antibióticos que sofrem interferência do uso concomitante de bebidas alcoólicas.
É comum, durante o uso de um antibiótico, a prescrição, pelo próprio médico, de um analgésico ou de um antiinflamatório para aliviar a dor ou combater o processo inflamatório que normalmente acompanha a infecção (infecção esta que exigiu o uso do antibiótico). Acontece que alguns analgésicos (Item 1) e antiinflamatórios (Item 6) da lista abaixo, de uso freqüente, têm efeitos muito mais danosos, quando usados junto com o álcool, do que o antibiótico.
Não se está dizendo que se “pode” tomar bebida alcoólica junto com o antibiótico (aliás, o aconselhável seria nunca tomar bebida alcoólica), mas poucos são os antibióticos (três mais antigos) que sofrem alguma interferência do álcool e um (muito novo) que ainda não se conhece a reação. Veja na lista abaixo alguns medicamentos comumente receitados e que interagem com o álcool:
a. Analgésicos como paracetamol e aspirina se utilizados juntamente ao álcool podem levar a um prejuízo da mucosa gástrica bem como aumentar o tempo de sangramento. Os analgésicos também podem conter na sua fórmula codeína e anti-histamínicos que ao interagirem com o álcool levam à sonolência.
b. Quando o álcool é combinado a opiáceos (morfina, heroína, codeína ou metadona) pode haver um aumento da função depressora do sistema nervoso destas drogas causando sonolência. Aproximadamente vinte e cinco por cento das mortes de indivíduos que fazem uso de opiáceos se dão em decorrência da interação com o álcool.
a. O álcool aumenta a taxa de absorção dos benzodiazepínicos o que pode levar a um aumento do efeito depressor que este tipo de medicamento tem sobre o cérebro. Os efeitos mais importantes desta interação são: sedação, diminuição dos reflexos, incoordenação e prejuízo da memória.
b. Os riscos desta associação são os relacionados às tarefas que envolvem coordenação motora e concentração, como dirigir um veículo ou operar uma máquina.
a. Quando o álcool é ingerido juntamente a barbitúricos pode ocorrer uma intensa depressão do sistema nervoso, com prejuízo de coordenação e da psicomotricidade.
b. O risco de overdose é muito alto; esta combinação pode levar a uma redução no nível de consciência e parada respiratória.
a. Metronidazol e tinidazol: quando ingeridos com álcool causam cãibras abdominais, dor de cabeça, náuseas e vômitos.
b. Tetraciclina: antibiótico antigo, pouco utilizado hoje em dia, tem diminuição do seu efeito se for ingerida bebida alcoólica durante o seu uso. Efeito similar acontece se for ingerida com leite.
c. Gemifloxacino: não há estudos sobre a interação deste medicamento com álcool; por outro lado já se sabe que o leite diminui o efeito do gemifloxacino.
a. A interação de álcool com alguns anti-histamínicos parece prejudicar o desempenho psicomotor, causando sonolência e colocando em risco as atividades que exigem atenção.
a. Ibuprofen e indometacina quando combinados ao álcool podem levar a um aumento significativo do tempo de sangramento, causando hemorragia.
b. Diclofenaco e tenoxican têm aumento da possibilidade de seus efeitos gastrintestinais (causando ulceração e sangramento) se ingeridos com álcool.
a. No alcoolismo há redução do efeito dos anticoagulantes orais, ao passo que na intoxicação alcoólica aguda observa-se aumento do efeito anticoagulante causando hemorragia.
Como se pode observar são relativamente poucos os medicamentos que sofrem interferência do álcool, alguns com efeitos discretos e outros com efeitos altamente maléficos. O cuidado deve ser permanente.
Por outro lado deve-se evitar o excesso de alguns alimentos como leite, frutas ácidas, gorduras, proteínas e mesmo o jejum prolongado na administração de medicamentos por via oral (pela boca). Até mesmo a água mineral pode interferir na absorção de alguns medicamentos (use preferentemente água potável para tomar junto com medicamentos). Em caso de dúvida quem melhor pode dar a informação sobre o uso simultâneo de álcool, alimentos e outros medicamentos com o medicamento receitado é o seu médico. Sempre que você for ao médico leve por escrito os nomes dos medicamentos que porventura esteja usando.
Atenção!
Esse texto não substitui uma consulta ou acompanhamento de um ou vários profissionais e não se caracteriza como sendo um atendimento.