Ronco |
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Roncar significa “respirar ruidosamente durante o sono ou ressonar com ruído”. O ronco, por sua vez, está praticamente sempre acompanhado da chamada Síndrome da
Apnéia Obstrutiva do Sono, que é uma “parada” da respiração por algum tempo, chegando a vários segundos e ocorrendo várias vezes por hora durante o sono. O ronco e a apnéia geralmente são acompanhados de respiração pela boca. Então o paciente dorme de boca aberta e baba no travesseiro.
Geralmente o ronco ocorre por obstrução das vias aéreas superiores (nariz e garganta) quer por aumento de suas estruturas internas, quer por flacidez dos tecidos da própria garganta. O ronco e a apnéia ocorrem em qualquer idade, em todos os sexos. É mais freqüente em crianças, regride um pouco na adolescência e volta a piorar nos homens a partir dos 30 anos e nas mulheres mais tarde um pouco, geralmente a partir da menopausa. São agravantes as infecções de vias aéreas, o aumento de peso corporal, todas as condições que relaxam a musculatura (certos medicamentos, bebidas alcoólicas, fumo, cansaço físico, etc.) e vida sedentária.
As causas nas vias aéreas superiores sao várias e vão desde rinites (doenças do nariz, que podem ser infecciosas, alérgicas, ou em conseqüência da poluição); desvio do septo nasal; aumento das conchas nasais (antigamente chamadas de "cornetos"); aumento exagerado nas amígdalas e adenóides; aumento do volume (geralmente por acúmulo de gordura) ou flacidez do palato mole (parte posterior do céu da boca); alongamento exagerado da úvula (campainha ou sininho da garganta); flacidez das paredes da faringe, etc.
Esta doença vem sendo estudada cada vez mais em todo o mundo e já se constatou que podem ocorrer inúmeras alterações no nosso organismo. Vemos desde alterações físicas da arcada dentária e da face como um todo, alterações na coluna cervical, conseqüências para o lado do coração e circulação do sangue (pressão alta, arritmias cardíacas, acidente vascular ou “derrame cerebral”, impotência sexual) e transtornos sociais e psicológicos (cansaço, sonolência diurna, irritabilidade e desagregação familiar como dormir em locais retirados e até ameaças de separação conjugal). Como podemos notar o ronco e a apnéia não deixam de ser um problema sério que merece ser muito bem avaliado e corretamente tratado.
O tratamento é considerado multidisciplinar e pode passar pela fonoaudióloga, pelo médico otorrinolaringologista, pelo pneumologista e pelo dentista. Poucos medicamentos existem para o tratamento direto desta doença. Podemos indicar atividade física regular; emagrecimento; avaliação das vias aéreas superiores e tratamento de doenças que reduzem a passagem do ar (nestes casos pode ser com medicamentos ou cirurgias); uso de aparelhos elétricos (um tipo de mini-compressores) adaptados no nariz e que facilitam a respiração; e aparelhos orais (como se fosse uma dentadura especial, feita por dentistas especializados nesta área). Podemos também avaliar a necessidade de reeducação da respiração. Um outro recurso é a própria “cirurgia do ronco” que consiste na redução dos tecidos da garganta que vibram durante o sono e a reconstrução de vias respiratórias para que se tornem o mais próximo possível do normal.
Atenção!
Esse texto não substitui uma consulta ou acompanhamento de um ou vários profissionais e não se caracteriza como sendo um atendimento.